quinta-feira, 2 de abril de 2020

A rebelião no Puerto de San Julián


Na noite de 1 para 2 de abril, quando as naus estavam fundeadas na baía, os três capitães espanhóis, nomeados pelo rei, que recusaram o convite de Fernão de Magalhães para almoçar - Gaspar Quesada (capitão da Concepción), Luís de Mendoza (capitão da Victoria e tesoureiro da expedição) e António de Coca (ex-capitão da San Antonio e contador da armada) - de conluio com Juan de Cartagena (1.º capitão da San Antonio, destituído por Magalhães, e vedor da armada, o mais alto funcionário do rei que ia a bordo), comandaram uma rebelião contra o capitão-mor.
Os rebeldes dirigiram-se, na escuridão da noite, para a nau San Antonio, onde prenderam Álvaro de
Mesquita (primo de Magalhães e que este nomeara capitão da San Antonio durante a viagem) e Gaspar Quesada apunhalou o mestre do navio, Juan de Elorriaga (fiel a Magalhães). Os tripulantes portugueses que se encontravam a bordo foram presos.

Para garantir o apoio da restante tripulação, abriram a despensa de bordo, permitindo o acesso a uma boa ração de pão e de vinho.
O comando da nau foi confiado a Juan Sebastian del Cano, enquanto os líderes do motim regressaram às naus de onde tinham saído, tendo-as prontas para qualquer combate que pudesse vir a ser travado.

Ao início do dia 2, os revoltosos controlavam, portanto, 3 das naus da armada: San Antonio, Concepción e Victoria.
Do outro lado, Fernão de Magalhães capitaneava a Trinidad e poderia contar com o apoio da Santiago, a mais pequena e fraca das naus, capitaneada por Juan Rodríguez Serrano.

E é nestas condições que vamos passar a noite.
Fernão de Magalhães deve ter dormido descansado, na ignorância do que se tinha passado.

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