quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Calmarias, tempestades e o fogo de Santelmo

A opção de Fernão de Magalhães por seguir uma rota mais próxima da costa africana levantou alguns problemas de navegação, antes e durante a travessia do equador.

«Aí enfrentámos ventos contrários ou calmarias acompanhadas de chuvas, até à linha equatorial, tendo este tempo chuvoso durado 60 dias, apesar do que diziam os antigos.
Até aos 14 graus de latitude setentrional enfrentámos várias ventanias violentas que, somadas às correntes, não nos permitiram avançar. Quando vinha alguma destas ventanias, tomávamos a precaução de amainar as velas, colocando a nau de costado até cessar o vento.
(...)
Durante as horas de borrasca vimos muitas vezes o Corpo Santo, ou seja, San Telmo. Numa noite muito escura, apareceu-nos como uma bela tocha na ponta do mastro principal, onde ficou ao longo de duas horas, o que nos serviu de grande consolo no meio daquela tempestade. No momento em que desapareceu, lançou um clarão tão grande que ficámos deslumbrados, por assim dizer. Pensávamos que estávamos perdidos, mas o vento parou nesse preciso momento.»
Antonio Pigafetta, A Primeira Viagem em Redor do Mundo


Explica-nos a Infopedia que...
«O Fogo de Santelmo é um fenómeno meteorológico que ocorre geralmente em ocasiões de forte trovoada e que se caracteriza por pequenas descargas elétricas (projeções e irradiações luminosas de cor azul-violeta) nas pontas metálicas dos mastros dos navios, em torres metálicas ou nas partes salientes dos aviões, devido à concentração do campo elétrico atmosférico nas ditas zonas. É muitas vezes acompanhado de um zumbido ou estampido.
A designação de Fogo deve-se ao facto de o mastro parecer arder. Como se trata de um fenómeno que surge com mais frequência no fim das tempestades, foi-lhe atribuído o nome do Santo protetor dos navegadores Santo Elmo –, pois os marinheiros associavam o aparecimento desta "chama" à melhoria das condições meteorológicas.»

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Uma aventura em alto-mar

Fernão de Magalhães e Paulo da Gama
O nome da nossa escola homenageia o navegador que acompanhou o seu irmão, Vasco da Gama, na viagem de descobrimento do caminho marítimo para a Índia.
Não se sabe muito sobre Paulo da Gama. Tendo nascido, provavelmente, em 1465, é possível que tenha conhecido Fernão de Magalhães, na corte de D. Manuel I.
Integrando a escola Paulo da Gama o projeto das Escolas Magalhânicas, ao celebrarmos hoje o 46.º aniversário da escola, celebramos as duas viagens marítimas que deram a conhecer o Mundo, marcando o começo da aventura da globalização.
No dia de hoje, durante um tempo letivo, no mínimo, todas as turmas realizaram uma atividade alusiva a essas viagens marítimas que enfrentaram a geografia de um mundo desconhecido.

Foi Uma aventura em alto-mar!













Fernão de Magalhães na sua cabine de capitão-general da expedição
É percetível a mazela que Fernão de Magalhães tinha numa perna



Os alunos - quais Magalhães - à volta do Mundo!...

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Em frente, atrás de mim

«No meio de tantas dificuldades, a tarefa mais difícil para Magalhães consiste em manter permanentemente agrupados cinco navios à vela com tonelagens completamente diferentes, sendo que cada um deles tem a sua velocidade própria: se algum se perder no oceano imenso e sem caminhos, estará também perdido para a frota.»
Stefan Zweig, Magalhães - o homem e o seu feito


Os contramestres, os pilotos e os capitães dos navios receberam a informação do rumo geral a seguir, mas no mar alto a ordem era seguir o navio-almirante que ia na frente.
Navegar à vista de dia era mais fácil.
De noite, foi utilizado um sistema de comunicação através de sinais luminosos: era acendido um facho de madeira num farol colocado na popa do navio-almirante, que devia ser seguido.
Estava ainda previsto um outro conjunto de sinais de luzes (ou, mesmo, de tiros de canhão) para possíveis casos de avisos ou de acidentes.

Os capitães espanhóis seguiam, apenas, o navio-almirante, sem serem "ouvidos nem achados".
Possivelmente por desconfiar do facto de os portugueses estarem atentos à sua armada, Fernão de Magalhães resolveu alterar o rumo previsto - não rumou logo a Sudoeste, em direção ao Brasil, continuou para Sul.
A armada passou entre o arquipélago de Cabo Verde e o continente africano, até chegar perto de Serra Leoa. Só depois rumou para sudoeste.
Magalhães foi questionado por Juan de Cartagena, quanto ao rumo, mas aquele não achou que ivesse necessidade de se explicar.


A desconfiança dos capitães espanhóis em relação a Magalhães aumentava.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Rumo ao Brasil

Na noite de 2 para 3 de outubro de 1519, a armada de Fernão de Magalhães rumou para sul, passando por entre as ilhas de Cabo Verde e o continente africano, até que chegou junto da Serra Leoa. Foi aí que se iniciou uma viragem para sudoeste rumo ao Brasil.