quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Em frente, atrás de mim

«No meio de tantas dificuldades, a tarefa mais difícil para Magalhães consiste em manter permanentemente agrupados cinco navios à vela com tonelagens completamente diferentes, sendo que cada um deles tem a sua velocidade própria: se algum se perder no oceano imenso e sem caminhos, estará também perdido para a frota.»
Stefan Zweig, Magalhães - o homem e o seu feito


Os contramestres, os pilotos e os capitães dos navios receberam a informação do rumo geral a seguir, mas no mar alto a ordem era seguir o navio-almirante que ia na frente.
Navegar à vista de dia era mais fácil.
De noite, foi utilizado um sistema de comunicação através de sinais luminosos: era acendido um facho de madeira num farol colocado na popa do navio-almirante, que devia ser seguido.
Estava ainda previsto um outro conjunto de sinais de luzes (ou, mesmo, de tiros de canhão) para possíveis casos de avisos ou de acidentes.

Os capitães espanhóis seguiam, apenas, o navio-almirante, sem serem "ouvidos nem achados".
Possivelmente por desconfiar do facto de os portugueses estarem atentos à sua armada, Fernão de Magalhães resolveu alterar o rumo previsto - não rumou logo a Sudoeste, em direção ao Brasil, continuou para Sul.
A armada passou entre o arquipélago de Cabo Verde e o continente africano, até chegar perto de Serra Leoa. Só depois rumou para sudoeste.
Magalhães foi questionado por Juan de Cartagena, quanto ao rumo, mas aquele não achou que ivesse necessidade de se explicar.


A desconfiança dos capitães espanhóis em relação a Magalhães aumentava.

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