Sobre a fuga da San Antonio, Pigafetta conta que «o piloto tencionava aproveitar-se da escuridão da noite para voltar pelo caminho já percorrido e regressar a Espanha pela rota que acabávamos de fazer.
Este piloto era Estevão Gomes, que odiava Magalhães (...)
Esperava também levar um dos dois gigantes que tínhamos aprisionado, e que estava a bordo do seu navio, mas soubemos, no nosso regresso, que morrera ao aproximar-se da linha equinocial, por não poder suportar o calor»
José Manuel Garcia aponta como razão para o comportamento do piloto o facto de ter sido preterido a favor de Duarte Barbosa no comando da nau Victoria, quando da reorganização da capitania das naus após a rebelião no Puerto de San Julián.
Estevão Gomes já dera a opinião de que a frota, descoberto que estava a passagem para o Mar do Sul, devia voltar a Espanha.
Gines de Mafra, marinheiro da nau Victoria, relata que, na revolta de Estevão Gomes - em quem "o capitão não tinha muita confiança" -, os tripulantes «não acudiram onde deviam, que era a defesa do seu capitão, antes foram contra ele (...) e feito isto, a nau seguiu o rumo de Castela, onde chegaram sem problemas à cidade de Sevilha, e disseram tantas mentiras que escaparam ao castigo, até que depois de muito tempo se soube a verdade.» (Ginés de Mafra, Livro que trata do descobrimento do Estreito de Magalhães)
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