terça-feira, 3 de março de 2020

Não medir a altura por não encontrar o Sol - os instrumentos de navegação

 

«Os homens andavam tão espantados por aqueles mares negros e perigosos e tão temerosos das soledades das costas, ao não haver gente nem animais nelas, que nem sequer Deus os consolava nas preces. Navegámos por muitos dias e muitas noites com a costa à vista, pelo rumo sudoeste quarta do oeste, guinando muitos bordos pelos ventos contrários. Com isto perdemos o avanço de muitas léguas, porque tivemos de singrar para oeste e este e até para norte em demanda de salvar as naus, que os ventos nos portavam em contracorrente e nunca antes naveguei desse modo nem soube que alguém o fizesse em qualquer parte. Em todos estes dias tão sombrios não pudemos medir a altura por não encontrar o Sol nem agarrar o quadrante, tão movidos éramos pelo mar.»
José Manuel Núñez de la Fuente, Diário de Fernão de Magalhães

Se Fernão de Magalhães tivesse os instrumentos de navegação do Navio-Escola Sagres, teria descoberto a passagem bem mais cedo e a História teria sido diferente!



Se quem fez a relação do custo que teve a armada contou bem (porque nós contámos por aí), nos navios de Fernão de Magalhães levaram-se 24 cartas de marear (e pergaminho para fazer mais), 6 quadrantes de madeira, 1 astrolábio de pau, 6 astrolábios de metal com as suas pautas, 35 agulhas de marear, 15 quadrantes de madeira abronzados, compassos dourados, 12 relógios de areia (ampulhetas) mais 6 relógios (iguais aos anteriores?) e um planisfério.

Instrumentos náuticos - alunos do 5.º B no Pavilhão do Conhecimento
Alunos do 5.º ano com "astrolábios caseiros" que construíram
na Visita de Estudo ao Centro de Ciência Viva de Constância (passado dia 21 de fevereiro)

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