O seu companheiro, que não tinha querido subir a bordo, vendo-o regressar a terra, correu a avisar e a chamar os outros, que, notando que a nossa gente armada se aproximava deles, se colocaram em fila, sem armas e quase nus, dando início imediatamente às suas danças e cantos, durante os quais levantavam ao céu o dedo indicador (...) Os nossos convidaram-nos, através de sinais, a que viessem até às nossas naus, indicando-lhes que os ajudariam a transportar aquilo que quisessem levar consigo. E com efeito vieram, mas os homens, que só conservavam consigo o arco e as flechas, obrigavam as mulheres a levar tudo, como se fossem umas bestas de carga.
As mulheres não são tão altas como os homens, mas em compensação são mais corpulentas. Os seus peitos descaídos têm mais de um pé de comprimento. Pintam-se e vestem-se da mesma maneira que os seus maridos, mas usam uma pele fina que lhes cobre as partes baixas. E ainda que aos nossos olhos estivessem longíssimo de ser belas, os seus maridos pareciam muito ciumentos.»
Antonio Pigafetta, A Primeira Viagem em Redor do Mundo
Patagões no Atlas de Diogo Homem |
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