quarta-feira, 27 de maio de 2020

Moedas comemorativas da viagem de Fernão de Magalhães

O Banco de Portugal colocou em circulação, no dia 8 de maio de 2019, uma moeda corrente comemorativa, com o valor facial de 2€, designada 500 Anos da 1.ª Viagem de Circum-Navegação de Fernão de Magalhães.

A moeda apresenta, na face comum, o desenho europeu utilizado nas moedas de euro destinadas à circulação.
Na face nacional temos a representação da efígie de Fernão de Magalhães, com várias legendas; a envolvê-la, as 12 estrelas da União Europeia.
Mas a Casa da Moeda não ficou por aqui. 


Para assinalar a grandiosa epopeia da viagem de Fernão de Magalhães, criou uma série de quatro moedas de coleção, da autoria de Luís Filipe Abreu.
Cada moeda representa o acontecimento mais importante de cada ano dessa expedição (1519 a 1522):

  • 1519 - Partida, respeitante ao início da viagem;
  • 1520 - Estreito, alusiva à descoberta do Estreito de Magalhães;
  • 1521 - Mactan, correspondente à ilha em que Magalhães foi morto;
  • 1522 - Conclusão, referente ao final da viagem, sob o comando de Sebastian del Cano.
Até agora, temos Partida...



sexta-feira, 22 de maio de 2020

O naufrágio da Santiago

«E saindo deste rio andaram mais três léguas, nas quais lhe[s] acalmou o vento bom que levavam, e foi-lhes necessário surgir junto duma praia que ali se fazia; e não tardou muito o vento do mar travessão, que logo se alevantou, com tormenta desfeita tão brava que lhe[s] quebrou as amarras, e querendo-se fazer à vela rompeu-lhes as velas, e não podendo fazer al arribaram em terra; e arribando saltou-lhe[s] o leme; todavia, porque o vento era grande e a nau ia aviada em terra, saiu direita, e saiu que lhe quebrou as amarras, e querendo-se fazer bem fora, porque era a maré prea-mar e o mar grosso da tormenta e a praia limpa, de feição que saiu todo o gurupés em terra, por onde se salvou toda a gente, que não morreu senão somente um negro, que se meteu debaixo da coberta e aí morreu. E tanto que a gente foi em terra foi logo feita a nau em pedaços, e os mantimentos e mercadoria levados pelo mar, senão alguns poucos que o mar lançou em terra, os quais a gente apanhou, e disso se mantiveram com mexilhões e lapas e outro marisco, até que foram providos das outras naus com muito trabalho que até então padeceram. Salvou-se também o ferro e cobre que ficou no lastro, e foi arrecadado depois que vieram as outras naus.»

Fernando Oliveira, Viagem de Fernão de Magalhães escrita por um homem que foi na companhia
(escrito entre 1560 e 1570, com base num relato de viagem de um anónimo [Gonzalo Gomez de Espinosa?])



Depois de alguns dias, dois ou três destes homens passaram "além do rio" numa jangada improvisada e levaram as notícias à frota, enquanto os outros esperaram pelo socorro.
Os batéis das naus levaram-lhes logo mantimentos, fazendo-os regressar à frota, onde foram distribuídos pelas quatro naus restantes.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Notícias da Santiago

Os dias foram passando e da Santiago não chegavam notícias.
E quando as notícias chegaram, não foi do mar, foi de terra.
Dois ou três marinheiros, "fantasmas humanos", caminhando com dificuldade, chegaram ao acampamento.

A nau Santiago chegara a um rio com foz navegável e muito peixe - o rio Santa Cruz -, mas uma tempestade atirou a nau contra as rochas, provocando o seu naufrágio.
A tripulação conseguiu salvar-se, à exceção do escravo do capitão Serrano.
Aqueles dois marinheiros caminharam pela costa gelada durante 11 dias, para virem pedir auxílio para os que se encontravam no rio Santa Cruz.

Foz do Rio Santa Cruz

Perdeu-se a nau mais pequena, a mais ágil e manobrável.
Uma missão de resgate salvaria os homens.

domingo, 3 de maio de 2020

Descoberta do rio Santa Cruz


A 3 de maio, a nau Santiago descobriu a foz do rio Santa Cruz, nome que lhe foi dado por ter sido alcançado na data da festividade da Santa Cruz.
O capitão Serrano quis avançar ainda mais na sua tarefa de exploração.



Imagens do Rio Santa Cruz.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

A última missão da Santiago

No início do mês de maio, com o amainar das tempestades, e para quebrar a impaciência dos marinheiros, Magalhães mandou a mais ligeira e ágil das naus, a Santiago, avançar para sul, explorando baías, a possível passagem.

Do mar não viriam notícias.