domingo, 2 de fevereiro de 2020

A exploração do rio da Prata

O historiador José Manuel Garcia, que será o maior especialista português da viagem de Fernão de Magalhães, diz que o estuário do rio da Prata «foi mandado explorar, tendo-se confirmado rapidamente que se tratava de um curso de água doce e não da tão procurada passagem para o "mar do Sul", como então se chamava o oceano que seria denominado de Pacífico, depois da viagem de Fernão de Magalhães.»


Mas as naus ali andaram, desde 10 de janeiro a 2 ou 3 de fevereiro.
Magalhães terá pensado, inicialmente, que se tratava do estreito tão procurado.
«Todos a bordo também estavam unanimemente convencidos de terem encontrado finalmente a tão ansiada passagem naquela ampla via marítima pois (...), ali a amplidão das águas expandia-se até ao infinito; aquele golfo só podia ser o início de um outro estreito de Gibraltar, de um outro canal da Mancha, de um outro Helesponto, unindo oceano com oceano. (...)
Quinze dias inteiros se passam, ou antes, se desperdiçam, numa busca vã pelo estuário do rio da Prata. Mal a tempestade, que os tinha acometido logo à chegada, amaina um pouco, Magalhães divide a frota. As naus mais pequenas são enviadas para ocidente pelo suposto canal (seguindo, na realidade, rio acima). Ao mesmo tempo, e sob o seu comando pessoal, as duas naus maiores atravessam o rio da Prata em direção ao sul, "por ver si habia pasage" e até onde os levaria ela. (...) Mas que amarga deceção!»
Stefan Zweig, Magalhães - o homem e o seu feito


O estreito, a existir, ficaria mais a sul.

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