segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Prémio Especial de Caricatura 2019 - Fernão de Magalhães


Desde 2013 que o Museu Nacional da Imprensa, entidade promotora do PortoCartoon-World Festival, promove o Prémio Especial de Caricatura.

Em 2019, este Prémio Especial contemplou a figura de Fernão de Magalhães.
Os trabalhos a concurso, cerca de 100, da autoria de artistas de muitos países, estiveram em exposição no espaço de um antigo convento de Vila Nova de Gaia, ainda em 2019, e estão agora na Galeria da Presidência do Conselho de Ministros.



O cartaz com a caricatura vencedora e
Pedro Ribeiro Ferreira, o autor da caricatura
Cerca de 20 caricaturas de Fernão de Magalhães vão acompanhar a viagem de circum-navegação do Navio-Escola Sagres e poderão ser apreciadas por quem visitar o Sagres nas diferentes paragens.

Aurélio Mesquita, E esta, hem!!!... (3.º lugar ex-aequo)
Vítor Neves, Estreitos e incertezas (3.º prémio ex-aequo)
Reza Ghorbanian (Irão) - (2.º prémio)
Pedro Ribeiro Ferreira, Dentada (1.º prémio)

Navio-Escola Sagres está em Cabo Verde (Cidade da Praia)



Depois de ter passado por Santa Cruz de Tenerife, o Sagres chegou ontem à Praia.

Tal como aconteceu com a expedição de Fernão de Magalhães, Tenerife foi o primeiro local de paragem do Navio-Escola Sagres, onde esteve atracada de 10 a 13 de janeiro e pôde ser visitada no porto de Santa Cruz de Tenerife.


Durante os dois dias em que esteve aberta ao público, o Sagres recebeu mais de 2000 visitantes. 


Depois, seguiu rumo a Cabo Verde, dobrando o Cabo Bojador, em direção à Cidade da Praia (ilha de Santiago), onde atracou ontem.


Na sua viagem, Fernão de Magalhães "passou pela esquerda das ilhas de Cabo Verde", não fazendo qualquer escala aí por se tratar de um arquipélago da área portuguesa e a expedição ser realizada ao serviço do rei de Espanha.

Continuação de boa viagem.
Bons mares e bons ventos!

domingo, 12 de janeiro de 2020

E acharam-se metidos em um rio de água doce

Estuário do rio da Prata visto de oeste para este
(o norte fica à esquerda e o sul à direita)
É enorme a quantidade de sedimentos arrastados para o estuário.
«(...) foram costeando (...) até o cabo de Santa Maria, que está em trinta e cinco graus daquela banda do sul (...) e daí até o rio da Prata, que ainda não era conhecido, e por ele na boca ser mui largo e não se ver terra de uma parte à outra, não sabiam determinar se era rio, mas suspeitavam que o devia ser, porquanto a água era doce e o fundo somente de três ou quatro braças. Por se certificar mandou o capitão surgir as naus, e surtas mandou certos homens em um esquife que fossem ver a terra; e acharam ser rio, polo qual mandou entrar as naus até perto de terra, onde vieram alguns gentios da parte do norte donde ele estava mais chegado, e trouxeram alguma prata, pelo que puseram nome ao rio, o rio da Prata.»
Fernando Oliveira (escrito entre 1560 e 1570, com base num livro - uma história da "viagem de Fernão de Magalhães escrita por um homem [Gonzalo Gomez de Espinosa] que foi na companhia")

A entrada dos navios no estuário terá sido motivada pela procura de um refúgio face aos ventos fortes que os fustigavam. Mas, mesmo que o temporal não o forçasse, seria natural que Fernão de Magalhães explorasse o rio da Prata, cuja embocadura forma um golfo de grandes dimensões.

A designação de rio da Prata será dada após a viagem de Magalhães e, na verdade, já por ali tinham navegado embarcações portuguesas e - com fatal insucesso - o espanhol Juan de Solís, quando andava em demanda da "mesma" passagem para o oceano Pacífico (1516). Inicialmente, o rio foi designado, pelos castelhanos, como rio Solís, em homenagem a esse navegador.

Os uruguaios comemoraram, em 2016, os 500 anos da chegada
dos espanhóis ao rio de Prata. Na praia houve uma reconstituição.
Monumento a Juan Diaz de Solís

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Cabo de Santa Maria


 

«E daqui [Rio de Janeiro - Brasil] foram navegando até chegarem ao cabo de Santa Maria, que João de Lisboa descobrira no ano de 1514 (...)»
(Gaspar Correia, Lendas da Índia)


Pormenor de um mapa do litoral da América do Sul, de Luis Teixeira (1574?),
incluindo o cabo de Santa Maria e a foz do Rio da Prata

Posta ilustrado com a fotografia do farol do cabo de Santa Maria.
(o farol é de 1874 e no tempo de Fernão de Magalhães
também ainda não havia postais ilustrados)
«Caso os relatos dos pilotos portugueses e as indicações de latitude contidas no mapa de Martinho da Boémia estejam certos, o estreito deverá aparecer logo a seguir ao cabo de Santa Maria, por isso Magalhães começa por tomar esse rumo sem se deter. Finalmente, a 10 de janeiro, avistam uma pequena colina que se ergue sobre uma planície imensa e a que dão o nome de Montevidi (hoje Montevideu). Uma tempestade terrível leva-os a procurar abrigo num enorme golfo que parece estender-se sem fim para ocidente.
Esse golfo descomunal não é senão a embocadura do rio da Prata, mas Magalhães ainda não o sabe.»
Stefan Zweig, Magalhães - o homem e o seu feito

Foz do Rio da Prata
O rio da Prata constitui, atualmente, parte da fronteira entre o Uruguai e a Argentina.
A cidade de Montevideu, localizada no estuário do rio da Prata, é a capital do Uruguai. Ainda junto ao mesmo rio localiza-se a cidade de Buenos Aires, capital da Argentina.

Fotografia de satélite

domingo, 5 de janeiro de 2020

O Navio-Escola Sagres partiu para a viagem de circum-navegação

O Navio-Escola Sagres partiu esta manhã, de Lisboa, para a sua viagem mais longa: uma viagem de volta ao mundo, enquadrada no programa das comemorações do V Centenário da Circum-Navegação de Fernão de Magalhães.*
A viagem tem a duração prevista de 371 dias. O navio irá passar por 22 portos de 19 países, visitando 12 cidades da Rede Mundial de Cidades Magalhânicas.

Um ponto alto da viagem será o "desvio" da rota magalhânica, de forma a que a Sagres possa estar em Tóquio, onde será a “Casa de Portugal” durante os Jogos Olímpicos. 
Por esse motivo, a bordo vai a bandeira da delegação portuguesa às Olimpíadas de 2020, a qual será entregue em Tóquio, no início dos Jogos, à delegação olímpica portuguesa.

Boa viagem a todos os 142 militares que vão reviver a viagem de Magalhães!



*O NE Sagres já fez 3 viagens de circum-navegação (1978-79, 1983-84 e 2010), mas esta vai ser a mais demorada.